Por Julio Olivares * Realizada pela Fundação Getúlio Vargas, a 20ª Pesquisa Sobre Administração de Recursos de Informática, levantada entre agosto do ano passado e abril de 2009, com 2 mil empresas (número que inclui 60% das 500 maiores corporações do país), comprova o crescimento do setor de Tecnologia da Informação no Brasil. De acordo com o estudo, 6% do faturamento líquido das companhias foi investido em TI – quase o dobro do investimento feito pelas empresas dez anos atrás. Há duas décadas, então, os gastos com tecnologia somavam apenas 1,3% da receita dessas organizações. Tais dados tornam o segmento de TI quase uma espécie de território inabalável durante o vendaval que o meio empresarial tem enfrentado desde o ano passado, quando a crise levou inúmeros setores a se retraírem, demitirem, cortarem custos – exceção aos gastos com tecnologia. Mas por que as empresas investem em tecnologia? As companhias enxergam, nesses investimentos, uma saída para dar agilidade à sua comunicação interna e, consequentemente, otimizar sua produção e o atendimento à clientela. E otimização de serviços significa maior demanda, lucro. O consumidor também contribui para o cenário otimista de Tecnologia da Informação. A promoção do varejo e o crédito fácil motivaram as pessoas a saírem às compras. Para se ter uma ideia, durante o ano passado, a cada três segundos um computador foi comprado em território brasileiro. O Brasil deve ser observado com carinho. Não fosse a falta de mão-de-obra qualificada, seria uma potência do ramo. Atualmente, o país conta com um parque tecnológico de 60 milhões de computadores, sendo que, desse montante, 12,2 milhões foram comercializados em 2008. A média é um computador a cada três habitantes, cenário melhor que a média no resto do planeta – a previsão, em três anos, é que o número chegue a 100 milhões de PCs, ou seja, um a cada dois brasileiros. Trata-se de um mercado em expansão, foco para multinacionais de TI dos quatro cantos do globo que desejam equilibrar seus negócios frente a outras regiões menos promissoras, atingidas de maneira mais catastrófica pela crise. Microsoft, IBM, Apple. As “grandes” já estão por aqui faz tempo. Perceberam o filão. E médias e pequenas empresas estrangeiras também notam a oportunidade e se arriscam em investir no país. São empresas provedoras de softwares, criativas, que encontram nichos carentes de soluções tecnológicas inovadoras e eficientes. As oportunidades estão aí. Com uma mão-de-obra capacitada para cumprir as exigências do mercado, o setor de TI tende a se tornar cada vez mais forte no Brasil, contribuindo obviamente para o fortalecimento das companhias do setor, mas também para uma maior geração de emprego no país. * Julio Olivares é Diretor Geral da DocPath Document Solutions
TI vai de vento em popa no Brasil
05 junho 2009
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