Fórum vai mostrar aplicações interativas para TV digital

03 outubro 2009

A tecnologia pode mudar o Natal de alguns brasileiros. É que até dezembro deve estar disponível no mercado um conversor para TV digital que já vem com o software Ginga. É ele que permite a interatividade. Na prática, além da imagem, som, áudio e sinal com mais qualidade o consumidor também vai poder acessar (com o controle remoto) conteúdo opcional ou complementar, enquanto acompanha o programa preferido.

Esse avanço tecnológico será apresentado aos participantes do “I Fórum Paraibano de TVs Públicas na era Digital” que vai ser realizado nos dias 13 e 14 deste mês, no auditório da Reitoria da UFPB, campus I, em João Pessoa. Durante a oficina “Aplicações interativas para a TV digital”, que vai ser ministrada pelo pesquisador Raoni Kulesza, dia 14, às 14h, o público do evento vai conhecer mais sobre essa tecnologia e também interagir com as aplicações desenvolvidas pela equipe do Lavid/UFPB.

Antes de definir o seu padrão de TV Digital, o Brasil percorreu um longo caminho. Segundo Raoni, que integra a equipe do Lavid/UFPB, o assunto é estudado há mais de 20 anos, e a discussão para implantação do sistema no país começou em 2003.

Durante oito meses o governo federal fez uma consulta pública para a escolha do padrão de TV digital que melhor se adequava aos interesses nacionais. Foram analisados os modelos europeu (DVB), americano (ATSC) e japonês (ISDB). O Brasil optou pelo último, que foi adaptado e recebeu muitas inovações, dentre elas a principal, que é o middleware Ginga.

Ginga é a camada de software intermediário, ou middleware, que permite o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV digital de forma independente da plataforma de hardware dos fabricantes de terminais de acesso, as chamadas caixas conversoras de sinal (set-top boxes).

O Ginga é o resultado de anos de pesquisas lideradas pela Puc-Rio em parceria com o Lavid/UFPB, e reúne um conjunto de tecnologias e inovações brasileiras que o tornam a especificação de middleware mais avançada e, ao mesmo tempo, mais adequada à realidade do país. Site: www.ginga.org.br

Interatividade

A TV Digital foi implantada no Brasil no dia 2 de dezembro de 2007. A primeira cidade a ter o serviço foi São Paulo. Hoje ele existe em quase todas as Capitais brasileiras. As pesquisas para criar o Ginga foram coordenadas pelo Lavid/UFPB e pela Puc/RJ. Mesmo com o software desenvolvido, ele não chegou ao mercado na época por causa dos royalties. Houve uma nova negociação entre empresas, governo e os pesquisadores e desde julho ele foi liberado.

Para chegar ao nível de interatividade criada pelos pesquisadores é preciso investimento. O telespectador só vai acessar conteúdos complementares, interagindo mais com a programação, se as emissoras estiverem interessadas no serviço. Além de ter a tecnologia digital, a empresa precisa dispor de um software, que custa pelo menos R$ 50 mil, para executar o serviço. Ainda é necessário desenvolver as aplicações desejadas, e isso requer mais investimentos. No país existem pelo menos 10 empresas que fazem esse serviço. Quatro delas estão na Paraíba.


Agência de Noticias da UFPB



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