A tecnologia pode mudar o Natal de alguns brasileiros. É que até dezembro deve estar disponível no mercado um conversor para TV digital que já vem com o software Ginga. É ele que permite a interatividade. Na prática, além da imagem, som, áudio e sinal com mais qualidade o consumidor também vai poder acessar (com o controle remoto) conteúdo opcional ou complementar, enquanto acompanha o programa preferido. Esse avanço tecnológico será apresentado aos participantes do “I Fórum Paraibano de TVs Públicas na era Digital” que vai ser realizado nos dias 13 e 14 deste mês, no auditório da Reitoria da UFPB, campus I, em João Pessoa. Durante a oficina “Aplicações interativas para a TV digital”, que vai ser ministrada pelo pesquisador Raoni Kulesza, dia 14, às 14h, o público do evento vai conhecer mais sobre essa tecnologia e também interagir com as aplicações desenvolvidas pela equipe do Lavid/UFPB. Antes de definir o seu padrão de TV Digital, o Brasil percorreu um longo caminho. Segundo Raoni, que integra a equipe do Lavid/UFPB, o assunto é estudado há mais de 20 anos, e a discussão para implantação do sistema no país começou em 2003. Durante oito meses o governo federal fez uma consulta pública para a escolha do padrão de TV digital que melhor se adequava aos interesses nacionais. Foram analisados os modelos europeu (DVB), americano (ATSC) e japonês (ISDB). O Brasil optou pelo último, que foi adaptado e recebeu muitas inovações, dentre elas a principal, que é o middleware Ginga. Ginga é a camada de software intermediário, ou middleware, que permite o desenvolvimento de aplicações interativas para a TV digital de forma independente da plataforma de hardware dos fabricantes de terminais de acesso, as chamadas caixas conversoras de sinal (set-top boxes). O Ginga é o resultado de anos de pesquisas lideradas pela Puc-Rio em parceria com o Lavid/UFPB, e reúne um conjunto de tecnologias e inovações brasileiras que o tornam a especificação de middleware mais avançada e, ao mesmo tempo, mais adequada à realidade do país. Site: www.ginga.org.br Interatividade A TV Digital foi implantada no Brasil no dia 2 de dezembro de 2007. A primeira cidade a ter o serviço foi São Paulo. Hoje ele existe em quase todas as Capitais brasileiras. As pesquisas para criar o Ginga foram coordenadas pelo Lavid/UFPB e pela Puc/RJ. Mesmo com o software desenvolvido, ele não chegou ao mercado na época por causa dos royalties. Houve uma nova negociação entre empresas, governo e os pesquisadores e desde julho ele foi liberado. Para chegar ao nível de interatividade criada pelos pesquisadores é preciso investimento. O telespectador só vai acessar conteúdos complementares, interagindo mais com a programação, se as emissoras estiverem interessadas no serviço. Além de ter a tecnologia digital, a empresa precisa dispor de um software, que custa pelo menos R$ 50 mil, para executar o serviço. Ainda é necessário desenvolver as aplicações desejadas, e isso requer mais investimentos. No país existem pelo menos 10 empresas que fazem esse serviço. Quatro delas estão na Paraíba.
Fórum vai mostrar aplicações interativas para TV digital
03 outubro 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Comentários:
Postar um comentário