Uma dupla de estudantes brasileiros conquistou a premiação máxima na RoboCup, maior olimpíada de robótica do planeta, na modalidade 'resgate', realizada na Turquia entre os dias 4 e 10 de julho. Os competidores do Japão ficaram em segundo lugar e, em terceiro, os da Alemanha.
Renato Ferreira Pinto Júnior, aluno do 2º ano do ensino médio no Colégio Objetivo, e Wallace Souza Silva, que cursa engenharia mecatrônica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) disputaram o prêmio com cerca de 4 mil participantes de todo o país.
Competindo pela modalidade 'resgate', em três dias de provas, totalizando nove rodadas, a dupla brasileira teve de programar um robô – que leva o nome de Hipérion – para cumprir a tarefa de salvar vítimas. Com a aplicação de diversos conceitos de mecânica, computação e sistemas digitais, o robô foi projetado com uma estrutura mecânica de tal forma eficiente a ponto de, sem nenhuma intervenção humana e com movimentos milimétricos, conseguir subir uma rampa, atingir o andar superior e salvar seu objeto.
O resgate, segundo o professor Luís Rogério da Silva que acompanhou os estudantes na competição, foi uma operação de grande complexidade, pois a máquina não recebeu nenhuma orientação prévia sobre a localização da vítima e sobre sua própria posição em relação a ela.
Mesmo assim, antes de esgotar-se o tempo estipulado para a conclusão da prova, que é de oito minutos, encontrou a vítima, encaixou-a em suas garras, ergueu-a e colocou-a sobre o patamar de refúgio, segundo Silva.
De acordo com o professor, para montar um robô desse tipo é necessário que o estudante seja extremamente habilidoso, porque deve construir uma máquina que possa agir de maneira autônoma, recebendo as informações do cenário e adequando as ações para livrar-se dos obstáculos e manter-se norteada a resgatar seu alvo.
"Foi o melhor resultado do Brasil. Tínhamos expectativas positivas, mas dizer que não foi surpreendente receber o prêmio máximo seria uma mentira", afirma Silva.
Fonte: G1